Quanto mais tempo passava ao lado de Joana, mais Haziel questionava sua busca por respostas.
Mesmo os sentimentos de
Joana moldando-se aos dele, mesmo após tantas décadas percorrendo cidades,
países... Ainda assim ele não compreendia a profundidade e ou a amplitude da fé
que regia e era a base na vida de tantas pessoas.
Quando Joana alimentava
animais e moradores em situação de rua ou era totalmente gentil com estranhos
dentro de conduções, dando seu lugar para se sentarem... Nessas ocasiões, ele
podia ver toda sua aura brilhar, daquela forma tão familiar para os anjos e
arcanjos. Não só a Humanidade de Joana ficava em evidência, como o amor que
havia em seu coração e ela fazia tanta questão de esconder e disfarçar desde a
morte de Alberto.
Ele sabia o
quanto ela se sentia perdida, confusa, culpada; mas agora quando estavam
juntos, ele podia ver que ela tentava preencher todos esses abismos com o
sentimento que começava a surgir entre eles, mas será que era certo deixar que
isso acontecesse? Não estaria ele deixando tudo isso ir longe demais? Pois a maior
questão de todas era... Ele abriria mão de sua divindade por um amor mortal?!
Um amor que pode
ser tão superficial quanto passageiro... Volúvel!
Por semanas
estava evitando os questionamentos de Joana: “_Você já foi casado?” “_Onde você
mora?” “_Com quem você mora?” “_Seus pais ainda estão vivos?” “_Tem irmãos?”
“_Onde trabalha?”
Porque os seres
humanos eram tão curiosos?!-pensava Haziel.
O que ele podia fazer nessas horas era mudar o foco do assunto beijando-a, isso entorpecia a ambos e todo resto deixava de ser relevante.
_Eu não me canso
de olhar você sorrindo, sabia?!-disse Joana fitando Haziel com ternura. Estavam
aconchegados no velho sofá na casa da sua amiga, Aline. Ela estava sentada em
seu colo, de frente para ele e enquanto falava, mordiscava o lóbulo de sua
orelha, sua boca subindo e descendo pelo pescoço de Haziel.
_Não consigo
evitar, com você me fazendo cócegas o tempo todo!- repreendeu ele, carinhoso.
_Não estou te
fazendo cócegas, estou te provocando!- replicou Joana, abafando as palavras
enquanto o mordia mais uma vez na curva do pescoço.
_Que culpa eu
tenho se suas mordidinhas me fazem sorrir?!-disse ele soltando uma gargalhada.
A risada ecoou
por toda sala de estar, Joana sentiu seu coração se encher daquele som doce e
penetrante.
Não somente o som da sua voz, mas também seu
cheiro, seu calor... Tudo em Haziel a fazia o querer mais e mais, como uma
droga... Como um vício!
E de repente ela
sentiu um leve tremor ao recordar-se de todas às vezes que se embriagou e
drogou para fugir da realidade. Para esquecer a dor e não pôde deixar de pensar
se não estaria substituindo um vício pelo outro?
Um medo súbito
lhe invadiu a alma!
Continua...
Anita dos Anjos☆
Helloooo... Já se
passaram sete anos desde a minha última postagem!É com muita felicidade
que estou retornando ao Blog. Vou finalizar o Conto Haziel e em breve teremos
novidades por aqui! Estarei visitando á todos... Desculpem a ausência, tão,
tão prolongada e agradeço o carinho dos amigos blogueiros. Por favor, continuem
apreciando o Conto...
Beijinhos, bye.