quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Conto: Haziel- Parte II


 Abriu os olhos lentamente, a luz ofuscava sua visão. Aos poucos o mal estar ia surgindo, como se houvesse sido atropelada. Subidamente recordou-se o que havia acontecido. Ela havia sido atropelada!
 _Joana!- ela olhou em volta e Aline estava lá, ao lado dela, com seus delicados olhos castanho-esverdeados cheios de preocupação.
_Ah, Joana, que bom que você acordou! Que susto, heim!
_O que você esta fazendo aqui, Aline?
_O hospital me ligou, o único número de telefone que eles encontraram na sua carteira foi o meu! Como você esta? Parece péssima!- um tímido sorriso surgiu nos lábios de Aline, numa expressão de carinho.
_O que aconteceu? Onde eu estou?
 As lembranças do atropelamento estavam voltando. Tentou se sentar da melhor maneira que pode, havia soro em uma de suas veias.
_Calma, você foi atropelada, está no hospital há dois dias. O médico que esta cuidando de você já foi chamado.
Joana estava confusa, mas lembrou do acidente. Havia chuva e os faróis do carro vindo em sua direção. E aquela luz branca!
_Aline, está sentindo cheiro de violeta? Aí, minha cabeça dói!- levou à mão a cabeça, no local havia um enorme curativo.
_É melhor se deitar de novo, você bateu a cabeça e teve que levar alguns pontos, mas já fizeram exames e “graças a Ele” não aconteceu nada grave.
Aline fez com que Joana se deitasse novamente, via que ela estava desorientada, queria que o médico chegasse logo para examinar a amiga. Toda vez que Aline se referia a Deus o chamava de “Ele”, sabia que há muito tempo, Joana não queria ouvir o santo nome dele.
Joana deitou, fechou os olhos respirando fundo, sentia o corpo moído e cansado, onde a haviam furado para colher sangue e colocar soro estava arroxeado, pequenos hematomas se formaram como se ela houvesse se drogado, suas veias eram finas e difíceis de encontrar. Havia arranhões profundos na mão direita e todo seu braço esquerdo estava enfaixado.
O médico chegou e a examinou. Fazendo perguntas e mexendo aqui e ali pra ver como estavam os ferimentos. Examinou atentamente a cabeça de Joana, havia a preocupação de uma lesão grave no cérebro, mas após exames detalhados foi confirmado que ela estava fora de perigo, e que em mais dois dias teria alta. Ficaria no soro, pois estava bem desidratada e fraca. O médico disse a Aline, que foi constatado no exame de sangue grande quantidade de álcool, sem contar que Joana estava anêmica e desnutrida.
 No dia da alta, Aline estava no hospital para levar Joana com ela pra casa.
 _Você vai comigo, Joana! Deixa de ser teimosa. Porque esta agindo assim?
_Já disse que não vou com você. Eu não pedi pra eles te chamarem aqui! Você não precisava ter vindo.
_Ah, então é assim? Eu não precisava ter vindo! Joana olha pra mim!- Aline estava ao lado dela na cama, Joana olhava para o outro lado do quarto, não queria encarar a amiga.
Aline segurou sua mão e disse:
_Eu sou sua amiga há dez anos, às vezes conheço você melhor do que você mesma!- fez uma pausa.
_Eu amo você, o que aconteceu com Alberto não foi culpa sua. Não acha que é hora de parar de se culpar? Você esta se destruindo e eu não posso simplesmente ficar de braços cruzados e deixar você se matar.
 Lágrimas rolaram pela face de Joana, havia tanta dor, mas também havia saudades da amizade e do carinho de Aline. Por mais que tentasse lutar contra o que sentia, no seu coração sentia que merecia sofrer, desejava morrer.
_Aline, você sabia que no dia em que eu fui atropelada estava fazendo um ano da morte do Alberto? Eu não posso mais conviver com essa dor! E você não pode me cobrar nada, eu não tenho mais nada pra dar a ninguém.
_Eu sabia sim! Não esqueci o que houve com ele e não deixei de amá-lo porque ele se foi, mas você está aqui e tenho certeza de que ele gostaria que fosse feliz. Você não precisa ficar sozinha! Eu estou aqui, Joana, me deixa ajudar você, por favor!
  Agora Joana a encarava, os olhos úmidos e vermelhos, as duas se abraçaram, um abraço forte e cheio de saudade. Choraram juntas, os soluços embalando o reencontro emocionado das amigas. Antes do acidente, fazia uns oito meses que não se viam. Joana sempre fugindo, enquanto Aline a procurava. Queria ajuda - lá, dizer a ela que não se culpasse pela morte de Alberto.
                                              Continua...

Anita dos Anjos

Obrigado por estarem acompanhando meu Conto! Beijinhos...



7 comentários:

  1. Poxa já acabou.. tava tão bom =)

    Anita adoro todo o sentimento que você consegue passar através em suas palavras, isso deixa a historia encantadora.
    O aconteceu com Alberto para Joana se culpar assim??
    =/

    Não vejo a hora do próximo capitulo
    Super beijoss ^^

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  2. Este é o problema! Agora ficamos morrendo de curiosidade para saber todo o resto!!!
    Um beijo minha querida, continuo te acompanhando sempre!

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  3. Anita!!!Que bom ter tido tempo para te visitar! E encontrar uma continuidade de seu conto...Aguardando a próxima etapa. Desejo-te alegrias, paz e tudo de bom!!!Parabéns sempre!



    BJossssssssssssssssssssssssss

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  4. Deliciosos seus contos...!
    Com gostinho de quero mais...

    "A poesia é oração que cuida da alma."(Haydee Cerantola)

    Saudações Poéticas...!

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  5. Nada melhor que um abraço e de uma amiga então sem preço, ricos são aqueles que tem amigos e que possam contar com eles sempre.
    Amei irmã, a ligação entre as duas é muito forte.

    Te amoooooooooooooo... quero sorveteeee... tá calor!!! Ahuahuahuahuahua... te amo!!

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  6. Amigas existem também para nos dar esporro,ora senão! Que clima de fuga entre elas hein!

    Colabora menina,sai dessa cama!!!!


    Beijocas,Anita!

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  7. Oiie de novo aqui para falar que tenho dois selinhos para você.
    http://mundodeisia.blogspot.com/2011/11/selinhos-desafios.html
    bjos

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